Love spirals downwards
É engraçado como o tempo rouba a intimidade das pessoas. A espiral desce e a gente tem que escrever essas coisas na hora que dá vontade, senão passa.
É, é uma questão de abrir espaços de fragilidade, é uma questão se permitir ter algumas confianças. Se desnudar de armaduras. Como diria aquela personagem que eu adoro, demoram anos pra gente construir uma barreira, uma armadura, e aí vem alguém e bagunça tudo.
E com o tempo você pára de escrever em blogs, pára com as confidências. Tudo começa a ser cifrado, até que certos eufemismos não são mais eufemismos.
São mais reais que a coisa em si.
Depois de tempo suficiente sem tentar dizer o que se quer dizer. Sem nem tentar, seja por medo ou mero cansaço. It goes undelivered. (Mas não vamos subestimar o cansaço, ele é o motivo pelo qual a maioria das pessoas se casa.)
E eu tenho viajado sem motivo algum, só pelo prazer de sair. Não prazer, necessidade. Vício. E desse jeito os laços afetivos vão virando farrapos, fios soltos que ligam você a vários lugares e pessoas diferentes, até que uma hora você se emaranha todo e fica sem respirar. Ou você nota que algum desse fios ficou mais esgarçado do que deveria. Que está se desmanchando e você não pode fazer nada, nem uma carta, nem um telefonema, nem um sorriso de canto de boca.
Como se qualquer coisa fosse só uma questão de tempo.
3 Comentários:
Este comentário foi removido pelo autor.
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e não é?
Toma aí uma tentativa vagabunda de poema em inglês desse animal
Undelivered
The pain isn't a white ball,
It's the two balls,
Your balls
And anything else
Upstairs in a old smile
Without anything
Better
Than this
Love
This
Fuck
This is why you will never be
My undelivered
Love
Fuck
Anything else.
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