"Todas as coisas que ficaram por dizer / adormecerão"
E a vida segue.
Me pergunto se estou roendo um osso já gasto e quebradiço, ou se ele esteve lá em primeiro lugar. E eu estou saindo de novo. Dessa cidade. Por pouco tempo, mas estou. Não é um ano como da outra vez.
De fato, eu tenho que fazer alguma coisa além de fugir de tudo.
Mas é só que eu não entendo quando as coisas aparecem ou não.
Tudo que aconteceu foi muito perdido e difícil e cansativo. E eu morria de medo.
Morria de medo mesmo.
A distância já me livrou de poucas e boas. Mas também dificultou muitas coisas. Ainda dificulta.
Esses limities físicos nos esmagam.
Os emocionais a gente finge.
E os sexuais a gente leva pro analista . Ou pro puteiro.
Eu gosto dessa idéia, sabe? Orgasmo como um animal perigoso no zoológico.
As lembranças têm doído. Eu não sei porque é tudo assim, tão intenso e por vezes dolorido. Essas separações e retornos.
Não sei o que eu vou encontrar nessa viagem. Tenho medo.
Estou ansioso.
Estou me perguntando muito sobre o que eu ando fazendo com a minha vida.
Mas eu não vou parar com o que eu faço.
Acho que quase ninguém lê isso mesmo.
Mas tudo bem.
Estou indo.
Não sei se vou bem. Mas vou.
Até o fim.
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