domingo, 20 de julho de 2008

" ____* is like a faucet, it turns off and on. "

* É que eu não gosto de pronunciar essa palavrinha de quatro letras.


A memória, como diz Proust, não está localizada em nós, mas fora, em algum objeto externo, alguma coisa fora de nosso controle e completamente indiferente aos nossos desejos. A memória é involuntária. Quando coisas aparecem, ela volta. Como se estivesse só esperando, adormecida. Ou melhor, como se fosse realmente algo externo, não mental, mas físico, como as leis que regem a gravidade ou a termodinâmica.

"Meu coração lá de longe
faz sinal que quer voltar.
Já no peito trago em bronze:
NÃO TEM VAGA NEM LUGAR.
Pra que me serve um negócio
que não cessa de bater?
Mais parece um relógio
que acaba de enlouquecer.
Pra que é que eu quero quem chora,
se estou tão bem assim,
e o vazio que vai lá fora
cai macio dentro de mim?"

"L___* dries up, I thought
as I walked back to the

bathroom, even faster
than sperm"

(Leminski e Bukowski)
*A mesma palavrinha irritante.

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