Talvez por isso eu goste de frio.
Aeroportos sempre me trazem sensações boas. Algo que me acompanha desde criança é que ir para o aeroporto, mesmo que não fosse pra viajar (normalmente era para deixar alguém ou receber alguém) é algo gostoso. Sim, as pessoas vão embora, às vezes voltam, às vezes não. Às vezes elas mudam. Mas isso nunca foi um empecilho para mim, eu gostava, e ainda gosto, de acordar no meio da noite e ir até o aeroporto, com aquele vento frio dando sinal de que algo sempre muda. Viagens fazem isso. No fundo, talvez não tenha a ver com ir embora e ir para um lugar melhor (o desconhecido, à primeira vista, sempre traz repulsa. É uma reação instintiva) ou ver alguém que você gosta se despedindo. Acho que tem a ver com sair da zona de conforto.
Zonas de conforto sempre me incomodaram. "É seguro aqui, é bom aqui" nunca foi o suficiente para mim. Algumas pessoas gostam de zonas de conforto (bom pra elas). Eu sempre fugi delas como o diabo da cruz (bom pra mim), até perceber que fazer isso também criava uma zona de conforto ao meu redor. Sair virou algo conhecido. Então eu tinha que mudar de nível. Jogar um jogo maior. É o que eu estou fazendo (e não tentando fazer. Porque quando você tenta, como diria Bukowski, você está fodido). Estou seguindo em frente e encarando o filhodaputa do desconhecido. Porque eu ainda gosto de aeroportos e do frio que a gente sente neles. Não pra fugir. Não pra reencontrar ninguém. Mas porque mudança deixa um gosto agridoce na boca que faz acordar de manhã valer a pena.
2 Comentários:
do ultimo amor que fui pegar/deixar no aeroporto, foi mesmo massa.
a melhor vez.
inté
eu lembro de ter falado que estava angustiada. questão de costume. foi meu passo para entrar um pouco em outro mundo. e eu adorei isso.
esse fluxo, isso, vale tanto a pena.
te amo. até amanhã.
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