sábado, 28 de junho de 2008

Out, out, out into what?

ESTRAGON:

On!

VLADIMIR:

On!

(Lucky moves off.)


(Sim, esse post é meio dadáista nonsense ( Pleonasmo? =O ). É só um momento pessoal no qual Beckett faz uma diferença filhadaputa.)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Alguma coisa se partiu.

E eu não sei ainda o que foi.

sábado, 21 de junho de 2008

A mancha de um grito.

"Imprinting (Psicologia)

Imprinting é um termo usado na psicologia e na etologia para descrever qualquer tipo de apredizado dependente de fase (aprendizado que ocorre em uma idade ou estágio da vida em particular) que é rápido e aparentemente independente das consequências do comportamento. Foi usado pela primeira vez para descrever situações na qual um animal ou pessoa aprende as características de algum estímulo, que é dito assim ter sido estampado (imprinted) no sujeito."

É engraçado com certas coisas insistem em ficar. Outras em ir embora. Estranho como nada parece encaixar, nada parece encontrar um lugar. Tudo continua solto, flutuando, sem destino certo. Apesar da vida ter tomado um rumo (aparente). As coisas me incomodam. Muito. Não sei o que é. Essa dificuldade de continuar fazendo as mesmas coisas todo santo dia. Rotina. Eu não consigo me acostumar. Mas quando eu decido ir de vez o corpo pede arrego. É uma merda.

Alguns detalhes doem quando lembrados. Outros, quando se percebem esquecidos.
Uma sombra de uma sombra de uma sombra.
E é difícil conseguir conversar amenidades todo dia com tanta coisa se atormentando por debaixo da superfície.
(Mas eu encontrei algo interessante para fazer todo dia, para contradizer o que está escrito aí em cima, se chama Butoh. Técnica de teatro japonês.)
Não dá pra saber o quanto devemos abrir, ou entregar, ou mesmo deixar pra lá. Não dá pra saber. Estou assustadiço com essas coisas esses dias.
Estou assustadiço com quase tudo.

"It's just a nervous tic motion of the head to the left"

Tento descansar, dizer que não é nada, mas não posso dizer nada pra ninguém, então é melhor ficar calado. E olha eu nunca fui muito orgulhoso. Por isso me fodi um bocado, mas não importa. Prefiro passar sem fazer alarde se não for importante fazê-lo. E quase nunca é. Porque existem coisas mais importantes a serem feitas. Como aproveitar, por exemplo. "O resto é sombra de árvores alheias". Acho que é. Tento ajudar, mas se não posso pedir ajuda fica difícil ajudar os mesmos amigos.
Talvez eu só esteja deslocado.

Preciso acordar e ver o sol nascer um dia.

Preciso passar uma noite escrevendo, lendo, bebendo e depois ir pra aula.
Preciso mandar as cartas que eu já escrevi.
Preciso pensar em mais performances pra apresentar.
Preciso sair dessa cidade.

Porque as coisas se alternam, sabe? Os sentimentos, as situações, os medos. Vão e vêm, dois lados da mesma moeda. Múltiplas faces do mesmo evento. Eu vou continuar errando. É o único jeito. De seguir. Porque quando acabar, não vai sobrar muito mais que histórias.
Por isso vou me deixar lembrar de histórias. Vou me deixar viver no agora. Vou sorrir quando tiver que sorrir.

"Calma, calma, também não é tudo assim escuridão e morte."

É que na maior parte do tempo não sabemos que posição é essa em que nos encontramos. O que estamos fazendo, o porquê de estarmos fazendo. Tudo o que podemos esperar é que não nos peguem em flagrante. E se pegarem, disfarça. Ou some. Ou pede desculpas. Explicar não é uma opção.
Eu só ando com medo. De para onde estou sendo levado, das consequências do que eu faço, de não ter feito o suficiente. De nunca ter feito nada direito. Cada dia é uma batalha acreditar que alguma coisa vai dar certo.
E sei que vou continuar. Porque não dá pra ser de outro modo. Lembrando. Esquecendo. Deixando pra lá. Guardando os cacos.
E seguindo.

"I can't go on. I will go on.
I can't look at it. I'll stare at it."

sexta-feira, 13 de junho de 2008

a vida é as vacas
que você põe no rio
pra atrair as piranhas
enquanto a boiada passa
(Paulo Leminski)


E não é que é assim mesmo?